A vida na centralidade

Em março, o Departamento de Educação convidou o filósofo, professor e pesquisador Renato Noguera para ministrar a aula inaugural do semestre intitulada “Por uma educação antirracista”.

Noguera iniciou sua apresentação com a sugestão do subtítulo “entre a cosmofilia e a cosmofobia” para o tema proposto. De acordo com o professor, o modelo que se consagrou em contextos euroasiáticos é o de sociedades com poucos recursos para a manutenção da vida e, por essa razão, lugares que se organizam pelo medo – cosmofobia – e que, portanto, produzem muralhas e sentimentos de xenofobia.

Por outro lado, há sociedades que estão em uma atmosfera cosmofílica, ou seja, a relação com o mundo não se processa, necessariamente, pelo medo e, portanto, não há necessidade de ataque ao outro. Nesses casos, não existe uma mentalidade que projeta no futuro toda a felicidade. Um caráter do ambiente cosmofílico é ser biofílico, ou seja, coloca a vida na centralidade, ela vale o instante em que é vivida.

A partir dessas e outras ideias apresentadas ao longo da aula, Noguera falou sobre a sua concepção de educação antirracista. De acordo com o professor, ela “precisa estar dentro de um projeto cosmofílico, do contrário, não conseguimos professá-la. Precisamos conversar com todos os seres e estabelecer um diálogo franco para a manutenção da vida”.

Não conseguimos estabelecer esse diálogo, inclusive para dizer que não gostamos das mesmas coisas, mas a educação antirracista pressupõe gerenciar nossos conflitos e reconhecer que não teremos uma resposta única para tudo.

Para assistir à aula completa, acesse o canal do departamento no YouTube (Educação PUC-Rio).

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