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Reverberações da X Semana de Educação – parte 3

Textos livres

Por fim, os alunos tiveram a oportunidade de produzir textos livres que agregam poesia ao registro da semana e das falas das palestrantes. Sendo assim, Marcelo nos traz uma carta sensível sobre a aula inaugural, de Verônica Pinheiro, somando aos poemas de Giulia e Eduarda. Já Marcela, contribui com uma “lista de avisos” após a fala de Rosane Martins sobre a classe hospitalar do Inca.

Querida amiga, sobre o que vi e ouvi

Rio de Janeiro, 01 de setembro de 2025.

Querida amiga,

Hoje vivi algo que preciso compartilhar com você. Fui à palestra da professora Verônica Pinheiro, e saí de lá com a sensação de que a educação que conhecemos é apenas uma pequena parte do que ela pode ser. Ela falou de crianças que aprendem brincando, mesmo em contextos difíceis. De professores que ousam adaptar a escola à vida, e não a vida à escola. Contou histórias de aldeias onde a sala de aula é à beira do rio, e de favelas onde o pátio é a rua, e o currículo é feito de memórias e afetos.

O que mais me chamou a atenção, foi quando ela disse que a criança já chega à escola cheia de saberes, e que nosso papel é criar espaço para que eles floresçam. Sair de lá com a certeza de que educar é um ato de coragem, mas também de delicadeza. E fiquei pensando: quantas vezes, na pressa de ensinar, esquecemos de ouvir? 

Espero que um dia possamos assistir juntos a algo assim. Tenho certeza de que você também sairia transformado.

Com carinho, do seu eterno amigo,

Marcelo de Carvalho

 

A escola não viva e então viva

A escola limita a utilização de linguagens pelas crianças

Limite a experiência de descobrir

De explorar

O adulto sempre por ali porque sabe de tudo

E a criança não sabe de nada.

 

O aluno que se submete e é controlado, é premiado

O aluno que questiona é punido

Por que continuamos decidindo pelas crianças?

Como se elas não conseguissem decidir nada

 

O adulto é para ser o exemplo

Ser a voz agregadora

Ser mediador

Ser amigo da criança

Ser ouvinte

E ajudar a entender que

Escola não é prédio, é onde se vai para aprender.

Giulia Zeitune

 

Viva a escola

 

O que é escola?

“é aonde a gente vai pra aprender”

então eu sou escola

então você é escola

então

trajetória é escola

o canto

uma dança

memória é escola

o desenho

o tecido

história é escola

o menino

uma menina

terra é escola

vida é escola

escola viva

viva a escola!

 

Eduarda Candiota

 

Lista de Avisos aos Desavisados:

 

As crianças do INCA são pessoas que possuem direitos;

As crianças do INCA querem viver, até onde puderem, assim como 

você que não está em um hospital;

As crianças do INCA não são objetos de dificuldades e marcas de sofrimento;

As crianças do INCA possuem famílias e amigos;

As crianças do INCA lutam muito mais do que os adultos no trabalho;

As crianças do INCA devem ser respeitadas e vistas como crianças;

As crianças do INCA frequentam a escola e aprendem diariamente;

As crianças do INCA são invisibilizadas, assim como seus educadores, mas BASTA.

 

Marcela Severo

 

Reverberações da Semana de Educação – parte 2

Educação hospitalar garante a continuidade da educação de crianças em tratamento de saúde

Dando continuidade à proposta inicial de realização de textos acadêmicos inspirados pela X Semana da Educação, foi produzido o texto a seguir, sobre a palestra de Rosane Martins: “O pedagogo no hospital: humanização, brincar e aprender em ambientes de saúde”.

Durante a X Semana da Educação da PUC-Rio, realizada em 3 de setembro de 2025, a psicóloga Rosane Martins apresentou a palestra “O Pedagogo no Hospital: Humanização, Brincar e Aprender em Ambientes de Saúde” , destacando a importância da pedagogia hospitalar como prática de humanização e garantia do direito à educação durante a internação — serviço previsto nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001).

O palestrante trouxe reflexões sobre a atuação pedagógica em ambientes hospitalares, particularmente a partir da própria experiência na classe hospitalar do Instituto Nacional de Câncer (Inca), ressaltando que a humanização é o pilar central dessa atuação. Esse profissional, segundo ela, exerce uma função de mediação entre pacientes, famílias e equipes de saúde, oferecendo acolhimento, escuta e apoio. Essa presença pode contribuir para reduzir o estresse e a ansiedade das crianças no tratamento, criando condições mais projetadas para recuperação.

Entre os objetivos centrais das aulas hospitalares, Rosane enfatizou: facilitar o acesso à rede regular de ensino, evitando rupturas no processo formativo; dar continuidade ao desenvolvimento e à aprendizagem, autorizando a criança como sujeita a direitos em situação transitória de tratamento; e possibilitar que uma criança se reconheça em um espaço de identidade “não doente”, preservando-a para além da condição clínica. Para tanto, o pedagogo adapta metodologias e conteúdos à realidade clínica dos pacientes, o que facilita a reintegração escolar após a alta.

Rosane também apontou os principais desafios da área, como a necessidade de ampliar a oferta de aulas hospitalares, a carência de recursos específicos, a complexidade do diálogo com as escolas de origem e a exigência de grande flexibilidade pedagógica, já que em um mesmo grupo podem ser crianças de diferentes idades e níveis de aprendizagem. A convivência com situações de perda e morte de pacientes foi mencionada como uma das dimensões mais delicadas da profissão, exigindo dos pedagogos equilíbrio emocional para lidar com as próprias emoções e apoiar famílias e colegas.

Mesmo diante disso, a prática pedagógica nos hospitais mostra como a educação é capaz de promover acolhimento, humanização e esperança. As atividades vão muito além do conteúdo escolar: envolvimento festas de aniversário, cinema, brincadeiras, visitas aos quartos etc. O brincar, nesse cenário, aparece como linguagem fundamental, capaz de sustentar a infância mesmo em um ambiente de dor e incerteza.

Essa palestra nos trouxe a importância da reflexão sobre a invisibilidade desse serviço, uma vez que enfrentou barreiras significativas em relação à falta de investimento, pesquisa e reconhecimento. 

Ao final, a fala de Rosane deixou claro que o pedagogo hospitalar é um mediador de aprendizagens e de experiências de vida, alguém que garante à criança o direito de ser reconhecido em sua integralidade, mesmo no contexto da doença. Para sintetizar, ela trouxe uma reflexão conhecida de Rubem Alves: "Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles olhos íntimos aprendendoam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais."

Reverberações da Semana de Educação – parte 1

Diversas escolas para diversas infâncias 

O texto a seguir constitui uma atividade realizada na turma de Leitura e Escrita III, ministrada pela professora Mirna Juliana S. Fonseca, cuja proposta foi a produção de textos acadêmicos e livres a partir da X Semana da Educação. A “parte 1” apresenta a aula inaugural.

A X Semana de Educação da PUC-Rio 2025, foi realizada entre os dias 1º a 4 de setembro no auditório do RDC. O evento foi produzido pelo Departamento de Educação e o Centro Acadêmico de Pedagogia – Sankofa e teve como tema: “Diálogos, Práticas e Possibilidades”. Alguns dos conceitos discutidos foram: educação viva, psicopedagogia, pedagogia em movimento, classe hospitalar, gestão escolar, pedagogia social e contou com a participação de convidadas atuantes nas áreas da educação: Verônica Pinheiro (Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro), Helen de Oliveira (Espaço Versar), Roseane Martins (Inca), Maria Luiza Canedo (PUC-Rio), Lívia Gabriela (Creche Jurema), Laísa Azevedo e Indira Inda (RAE – PUC-Rio) e Mariana Barbosa (Instituto Reação).

A palestra de abertura “Educação viva, atrevimentos e contracolonialidade: diálogos e práticas de aprendizagens selvagens”, Verônica Pinheiro apresentou perspectivas sobre a valorização da educação contracolonial, as trocas de saberes, a aprendizagem mútua e o conhecimento indígena. Durante sua apresentação, a educadora destacou a forma como a educação e o aprendizado se manifestam de maneira autêntica e conectada à vida em contextos não urbanos. A educadora traz para sala de aula uma prática que atua na construção da identidade, reconhecendo sua origem e introduzindo novos costumes que enriquecem sua experiência pessoal e social, baseada na lei nº 11.645/08, que trata da inclusão da história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo. 

O objetivo da palestrante foi mostrar através de slides e objetos, como o povo ameríndio constrói os seus saberes e como dialogam as suas histórias com os visitantes que chegam e pedem para conhecer ou educadores que querem entender como podem se tornar melhores professores em educação contracolonial. Foram apresentadas as Escolas Vivas: Guarani, Tukano-Dessano-Tuyuka, Maxakali, Baniwa e Huni Kui.

A palestrante compartilhou metodologias desenvolvidas junto às crianças dessas escolas, destacando atividades com as mãos e o corpo, danças e cantos com músicas ritualistas, uso do tear, entre outras, que reativam a memória ancestral.

A educadora compartilhou como a língua portuguesa é ensinada nessas escolas, além de sua língua materna, a qual não é valorizada e aproveitada nas avaliações que competem às escolas brasileiras.

A palestrante relatou o quanto aprendeu com as metodologias das Escolas Vivas e que percebeu como a proposta de ensino do Rio de Janeiro é fechada e repetitiva. Ela tenta sempre aplicar em sua prática, atividades com tear, além de programações com as crianças que permitem plantar, colher e conhecer espaços históricos do Rio de Janeiro, como o Jardim Botânico. 

A palestra nos levou a refletir sobre a criança como agente (sujeito de direito), sobre como integrar práticas das Escolas Vivas nas escolas tradicionais, introduzindo na sala de aula os saberes indígenas.

 

Lançamento do livro Práticas pedagógicas insurgentes: por uma didática (re)construída na docência

Lançamento do livro  Práticas pedagógicas insurgentes: por uma didática (re)construída na docência,  organizado pela Profa Silvana Mesquita do Departamento de Educação da PUC-Rio e Coordenadora setorial de Graduação do CTCH.

Trata-se de uma coleção de textos produzidos por professores, mestres e doutores que integram o grupo de pesquisa Profex PUC-Rio de estudos sobre Profissão, Formação e Exercício Docente.

 

 

O lançamento será no próximo dia 30 de setembro, terça-feira, das 17h às 19h no auditório do CTC, 12º andar do Edifício Cardeal Leme.

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