VIII ReACT – Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia

Entre os dias 22 e 26 de novembro de 2022 acontecerá a VIII ReACT – Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia. A edição deste ano tem por tema “Alianças para outros futuros: Diálogos cruzados na crítica ao capitalismo tecnocientífico”. O campo da Educação estará contemplado pelo Seminário Temático 07 (ST 07): “Aprender na prática: aprendizagem e educação entre técnica, corpo e arte”, a ser coordenado pela professora Mylene Mizrahi em colaboração com o professor Eduardo Di Deus (UnB) e com a professora Isabel Carvalho (UFMG), todos sediados em departamentos de Educação. O interesse dos professores recai sobre as aprendizagens escolares e não escolares, em suas articulações com a técnica, o corpo e a arte.

Veja abaixo a ementa do ST.

Ementa

Segundo a fórmula de Mauss, técnicas do corpo são “atos tradicionais eficazes”, que mobilizam o humano em sua totalidade. O termo tradicional aí se dirige menos a um passado estanque e mais a uma dimensão processual de aprendizagem, a “fatos da educação”. E o corpo, para o mesmo autor fundamental, é o primeiro e mais natural objeto técnico do qual se valem os humanos sendo, portanto, iluminador a respeito dos fenômenos técnicos em geral. Um outro aspecto da existência corpórea do humano é sua continuidade com o mundo em que vive e que vive nele, como nos lembra Merleau-Ponty, quando destacou que o corpo humano faz parte da “carne do mundo”. É também de uma perspectiva maussiana que Gell defende que a arte – enquanto sistema técnico particular que opera por meio de tecnologias de captura e do encantamento – é, por sua vez, iluminadora de como a técnica é dirigida para atender não somente às necessidades mas ao nosso lado lúdico e imaginativo. Neste ST convidamos ao debate pesquisadores que enfoquem processos de aprendizagem em práticas técnicas e/ou artísticas, bem como em suas interfaces. Será relevante colocar em diálogo estudos com “comunidades de prática”, nos termos de Lave, que destaquem processos de “educação da atenção”, nos termos de Ingold, com especial interesse em contextos não escolares e seus potenciais de crítica ao capitalismo tecnocientífico. Interessa interrogar processos de produção e reprodução de modos de saber e fazer – dos corpos e dos sentidos junto às coisas no mundo – em campos como o trabalho, o artesanato, as artes [inclusive as urbanas], as estéticas [inclusive as periféricas], as relações com o ambiente natural, a educação técnica, artística e tecnológica, os projetos de “transferência de tecnologia”, a arte-educação, a educação ambiental, entre muitos outros. Serão bem-vindos estudos que pensem em uma aprendizagem mais que humana, incluindo o crescente interesse por processos de aprender de/com plantas e animais e no ambiente.

 

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